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Xanana Gusmão considerou esta terça-feira "interesse do Estado" a compra da participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise, desafiando a oposição a clarificar a sua posição.

O negociador principal de Timor-Leste para o Mar de Timor, Xanana Gusmão, considerou esta terça-feira “interesse do Estado” a compra da participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise, desafiando a oposição a clarificar a sua posição. “Digo aos senhores da oposição: fazem perguntas, dizem que apoiam, mas depois? Se não apoiam, digam claro. Sejam claros para todos nós sabermos”, afirmou.

Xanana Gusmão falava no Parlamento Nacional numa sessão plenária dedicada apenas a explicar aos deputados a operação de compra por Timor-Leste de uma participação no consórcio do Greater Sunrise, no Mar de Timor.

Depois de várias horas a explicar e a responder a perguntas dos deputados sobre vários aspetos técnicos da estratégia para o Greater Sunrise, Xanana Gusmão passou a críticas políticas à oposição, que disse ter posturas contraditórias, e ao Presidente da República, que vetou alterações à lei de operações petrolíferas apresentadas para facilitar a compra da participação. “Estou demasiado velho para aguentar falta de maturidade”, disse aos deputados.

Em causa estão os acordos que Xanana Gusmão assinou em nome de Timor-Leste para a compra das ações da ConocoPhillips e da Shell no consórcio do Greater Sunrise, num valor total de 650 milhões de dólares.

Em dezembro, o Presidente da República vetou um conjunto de polémicas alterações à lei de operações petrolíferas que deveriam servir para financiar essas operações, que estão agora inscritas, como despesa, na proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019, que o chefe de Estado está a analisar.

A operação da participação da ConocoPhillips, no valor de 350 milhões de dólares, já tinha sido contabilizada nas contas quando estas entraram no parlamento, mas os 300 milhões de dólares para a compra das ações da Shell foram incluídos no debate na especialidade do OGE.

Xanana Gusmão criticou o facto de a oposição continuar a exigir mais diálogo sobre o assunto, inclusive com o chefe de Estado, recordando que esteve com Lu-Olo, a quem apelou para promulgar as alterações. “Eu vou lá para explicar tudo, depois de assinar a compra da Conoco, peço para promulgar. Depois membros do seu partido questionam a legalidade, acusam-me de tentar corromper a lei e o Estado quando assinei. E depois ele veta”, afirmou.

O líder timorense criticou ainda o tom de algumas das perguntas. “Eu não estou aqui para brincar. Eu não estou aqui para perder tempo. Eu não estou aqui a defender o meu dinheiro, não é uma questão pessoal. Eu defendo o interesse nacional e aguento por causa disso”, afirmou.

Durante o debate, a oposição questionou vários aspetos do acordo, desde o custo ao retorno económico e financeiro do projeto e da estratégia de investimento do Governo.

A legalidade das operações de compra da participação no consórcio da Greater Sunrise e até aspetos como o formato do debate desta terça-feira — em que praticamente toda a intervenção ficou a cargo de Xanana Gusmão — foram igualmente questionadas pela oposição.

Fonte: O Observador, 08/01/2019

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