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O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, considerou o reatamento das relações diplomáticas com a China «como uma das decisões políticas de vulto» em São Tomé e Príncipe

«Não só pelo papel crescente e assertivo deste país no xadrez político mundial, como também pelas facilidades que a China hoje disponibiliza aos países em vias de desenvolvimento», disse Evaristo Carvalho, na mensagem do fim do ano.

É a primeira vez que o chefe de Estado são-tomense assume uma posição pública sobre o restabelecimento das relações diplomáticas com a Republica Popular da China, depois do anúncio, no passado dia 20, por parte do Governo do primeiro-ministro, Patrice Trovoada, do rompimento das relações diplomáticas com Taiwan.

«A nossa geografia e a nossa reduzida dimensão territorial e populacional impõem-nos um repensar sobre o modelo de desenvolvimento socioeconómico, muito particular e específico, que possa ser sustentável e capaz de combater as assimetrias que ameaçam os esforços governamentais, na procura do bem-estar e o progresso da população», explicou Evaristo Carvalho. 

Considera que a crise económica e financeira mundial que deu lugar a recessão nos países doadores, «afetou sobremaneira a capacidade destes em continuar a disponibilizar recursos financeiros para a Ajuda Pública ao Desenvolvimento e ao financiamento do seu Programa de Investimento Público».

Na mensagem do novo ano, Evaristo Carvalho agradeceu aos países doadores, as instituições e as organizações multilaterais «em nome do Povo de São Tomé e Príncipe» pelo apoio concedido ao seu país "em momentos difíceis».

«É um imperativo aumentar a nossa capacidade de absorção de ajudas e empréstimos, se quisermos efetivamente reduzir a pobreza e promover a coesão social, num país onde a incidência e a dimensão da pobreza afetam mais de metade da população», lembrou Evaristo Carvalho.

O chefe de Estado são-tomense apoia as medidas e políticas «corajosamente assumidas e implementadas pelo Governo» no plano económico e financeiro, que resultaram na melhoria do ambiente de negócios que considera «favorável aos investimentos diretos estrangeiros e ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas». 

O Presidente são-tomense cita o Fundo Monetário Internacional, «que atua como parceiro de desenvolvimento e fiscalizador das políticas macroeconómicas» do arquipélago como dito que São Tomé e Príncipe «continua a registar progresso na sua trajetória».

«A apreciação de outros parceiros bilaterais e multilaterais de financiamento, designadamente o Banco Mundial, a União Europeia, o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África, vai também neste sentido e é com satisfação que gostaria de partilhar este denominador comum em relação ao nosso país».

Mesmo assim, Evaristo Carvalho apelou para «esforços coletivos e refletidos» em «trabalhos diários e poupanças».

«O trabalho deve ser um imperativo do quotidiano de todos os são-tomenses, o trabalho e a poupança devem tornar-se, antes de mais, os primeiros e principais instrumentos para o crescimento económico, sem os quais falar do bem-estar seria uma miragem», explicou.

O chefe de Estado reconheceu que apesar da redução da pobreza figurar entre os objetivos fixados nas duas últimas estratégias de desenvolvimento do executivo são-tomense, «os desafios ainda são enormes neste domínio». 

«Para se alcançar este objetivo, diversificar a economia, reduzir o desemprego, sobretudo juvenil, e promover a coesão social, há que, necessariamente, continuar a manter o curso favorável dos índices macroeconómicos», disse Evaristo Carvalho.

Fonte: Jornal Tropical, 05/01/2017

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