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O governo de Moçambique vai procurar adoptar políticas fiscal e monetária mais restritivas a fim de restaurar as relações com o Fundo Monetário Internacional e resolver os problemas de liquidez, escreveu a Economist Intelligence Unit (EIU) no seu mais recente relatório sobre o país.

Dizendo que pressões políticas farão com que essas políticas não sejam plenamente adoptadas, a EIU acrescenta que o crescimento da economia manter-se-á fraco em 2017/2018, pelo menos quando comparado com períodos anteriores, devido a uma procura interna fraca e ao baixo nível de investimento.

“Um crescimento económico mais robusto deverá ter início em 2019, à medida que a confiança dos empresários e investidores se fortaleça”, pode ler-se no documento.

Os analistas da EIU voltam a afirmar neste relatório que a economia continua a ser desestabilizada por uma crise de liquidez, criada por um serviço da dívida complicado de gerir e pelo congelamento generalizado das ajudas anteriormente prestadas por organismos internacionais e por países ocidentais.

A crise da dívida, que está na base de uma das situações mais complicadas vividas por Moçambique desde o final da guerra civil, “não mostra sinais de uma resolução rápida”, tendo o país entrado já em incumprimento ao ter falhado o pagamento de dois cupões relativos a dois empréstimos contraídos por empresas públicas com o aval do Estado.

“O governo está a procurar reestruturar o serviço da dívida externa, que é equivalente a 100% do Produto Interno Bruto, mas tanto o resultado desses esforços como o calendário para a sua aplicação estão rodeados de incertezas”, adianta o relatório, a que a agência Macauhub teve acesso.

A EIU escreve ainda que o cenário mais provável será a junção dos três empréstimos comerciais (uma emissão de obrigações e dois empréstimos sindicados) num único instrumento, com os credores a deverem ser obrigados a perder parte do capital aplicado e com a amortização a ser empurrada para o meio/fim da década de 20.

O documento agora divulgado prevê para este ano um défice orçamental de 6,7% do PIB, com as despesas e as receitas a baixarem comparativamente com anos anteriores, devendo em 2018 baixar para 3,1%, devido às receitas proporcionadas com o início provável da exploração do gás natural no norte do país.

O Banco de Moçambique, prossegue o relatório, vai procurar restabelecer a estabilidade dos preços e tentar em simultâneo mitigar as vulnerabilidade que existem no sector bancário do país, onde o Nosso Banco já deixou de existir e o Moza continua alvo de intervenção por decisão do banco central. 

Fonte: Macauhub, 18/05/2017

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