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Alcides Safeca, que falava à imprensa depois de uma visita de trabalho àquela província, afirmou que primeiro será retomado o crédito salário e, só depois, na medida e, que for melhorando a situação financeira do banco, é que voltam a ser concedidos fi-nanciamentos ao sector em-presarial privado. 
Há cerca de uma semana, o Presidente da República, João Lourenço, autorizou, por decreto, uma emissão especial de dívida pública cifrada em 180 mil milhões de kwanzas para a recapitalização do Banco de Poupança e Crédito (BPC), o maior do país e detido pelo Estado.
De acordo com o teor do Decreto Presidencial, de 7 de Março, trata-se de uma emissão especial de Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional (OTMN) a entregar directamente ao BPC “como aumento de capital”.
Esta emissão, a concretizar pelo Banco Nacional de Angola, tem uma maturidade de dez anos e juros de 7,5 por cento ao ano.
A 19 de Outubro, a anterior administração do BPC garantiu que o banco ia entrar em 2018 já com o processo de saneamento da carteira de crédito malparado, superior a 500 mil milhões de kwanzas,  concluído.
Noutras emissões, o Go-verno destinou 231 mil mi-lhões de kwanzas à sociedade Recredit, também es-tatal, criada para gerir os créditos problemáticos da banca angolana, a começar pelo BPC.
Entretanto, o novo presidente do Conselho de Administração do BPC anunciou em Novembro, pela primeira, que o banco previa retomar a concessão de crédito até Março, no âmbito do programa de revitalização daquela instituição bancária.
 Alcides Safeca, anterior secretário de Estado do Orçamento e empossado na altura no cargo, referiu que estão igualmente a seraplicadas medidas que visam aumentar a capacidade operacional do BPC. Relativamente ao saneamento da carteira de crédito malparado, Alcides Safeca explicou que estavam em curso, naquela altura, negociações com os devedores para a sua recuperação, sublinhando que este processo estava “a decorrer bem”. 
O ministro das Finanças exortou, na mesma altura, o novo presidente do Conselho de Administração do BPC a acelerar o saneamento da instituição, desinvestindo em áreas fora da banca.
A posição foi assumida por Archer Mangueira durante a cerimónia de posse de Alcides Safeca como novo líder do BPC, o quarto presidente do conselho de administração que o banco conhece desde Outubro de 2016.
 “O BPC deve dar continuidade ao seu processo de reestruturação e saneamento. Enquanto banco público nacional, deve ser o principal agente do Estado em matéria financeira. Deve estar dotado de ferramentas e capacidades adequadas, ao nível da governação, da organização e da conformidade”, apontou Archer Mangueira.
Na sexta-feira, o director do Departamento Angola do FMI, Ricardo Velloso, declarou ter sugerido em  negociações com representantes angolanos ao longo do mês do Março, que não se faça qualquer outra recapitalização do BPC antes de estar provado que o banco deu passos significativos em domínios como a redução de agências, dimensionamento do pessoal e adopção de critérios mais rigorosos de concessão de crédito.  
O Ministério das Finanças, em representação do accionista Estado, detém 75 por cento do capital social do BPC, juntamente com o Instituto Nacional de Segurança Social (15 por cento) e a Caixa da Segurança Social das Forças Armadas (dez por cento).

Fonte: Jornal de Angola, 20/03/2018

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