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Angola obteve 187 dos 193 votos dos Estados membros da Assembleia-Geral da ONU e a partir do próximo ano passa a integrar o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Em declarações à RFi, o embaixador junto da organização em Genebra, Apolinário Jorge Correia, afirmou que o país já estava à espera desta eleição. "Temos vindo a trabalhar este tempo todo e tudo indicava que íamos ser eleitos... É normal tendo em conta o prestígio que o país tem vindo a alcançar no concerto das nações", refere.

Sobre a agenda do país para os próximos três anos (2018-2020), o embaixador angolano afirma que será uma agenda que coincide com a agenda internacional, mas também uma aposta no desenvolvimento, nomeadamente, no continente africano. "Vamos todos completando aquilo que é a promoção e protecção dos direitos humanos.... África tem vindo a por o acento tónico no desenvolvimento", salienta.

Apolinário Jorge Correia, admite que há ainda um longo caminho a percorrer na questão da habitação condigna. "Não podemos esconder que temos problemas, não só em Angola, mas também em muitos países em desenvolvimento", admite.

 Quando questionado sobre o facto de algumas organizações apontarem o dedo ao país sobre o desrespeito dos direitos humanos, o embaixador junto da organização em Genebra, lembra que "não há nenhum país no mundo a que não se aponte o dedo", conclui.

Os outros três lugares reservados para o continente africano, foram ocupados pelo Senagal, Nigéria e a República Democrática do Congo.Foram ainda eleitos o Afeganistão, Austrália, Chile, Eslováquia, Espanha, México Nepal, Paquistão, Peru,Qatar e Ucrânia.

Com esta eleição, a Assembleia-Geral da ONU preencheu os 15 lugares do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que é composto por 47 membros e tem sede em Genebra, Suíça.

A eleição da República Democrática do Congo para o órgão da ONU desencadeou várias reacções, nomeadamente, dos Estados Unidos e de organizações não-governamentais.

Em comunicado a ONG Human Rights Watch escreveu que " é um insulto às muitas vítimas de abusos cometidos pelo governo congolês em todo o país".

O director da Human Rights Watch em Nova Iorque, Louis Charbonneau, lembrou que "as forças de segurança governamentais são acusados de serem responsáveis pela maior parte da violência na região do Kasai, onde foram encontradas 90 valas comuns, mostrando que a RDCongo não merece estar nesse lugar".

O Observatório da ONU também reagiu pela voz do director executivo, Hillel Neuar, dizendo que "quando a ONU elege três países como a RDC, Qatar e Paquistão para "juízes mundiais dos direitos humanos é como fazer de um pirómano o chefe dos bombeiros municipais", referiu.

Fonte: RFI, 17/10/2017

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